segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O dever de sonhar




"Eu tenho um dever / Que é o dever de sonhar / E sonhar sempre" 
(Fernando Pessoa)



O que seria de nós mortais sem nossos sonhos? Esses fragmentos de imaginação que nos levam além de nossos horizontes palpáveis… Sonhando nos permitimos ser, agir, fazer de modos e formas quotidianamente inimagináveis, ou se imagináveis, improváveis. Expandimos nossos corpos, ampliamos nossos sentidos. Incorporamos novas possibilidades, tomamos direções irretornáveis. Há passos dados que, por mais que se tente, nota-se ser impossível voltar atrás. Como já dizia Einstein, "a mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original". 

Devemos, então, sonhar alto, pois o tamanho das nossas expectativas é o tamanho dos nossos limites. Sonhar é visualizar, e visualizar é transformar. Teoria do efeito borboleta, sabe? O bater das asas de uma borboleta no Brasil pode causar um furacão na Australia. É por aí… O que fazemos hoje, gera, necessariamente, efeitos amanhã; o contexto que criamos, é o contexto em que vivemos. E por mais que, num primeiro momento, possamos pensar que não haja uma cadência automática entre uma coisa e outra, sendo estas intercaladas por fatores externos, estes são diretamente influenciados pela forma como agimos. Para ir ainda mais longe, pela forma como pensamos. Não tem como fugir. 

Portanto, que tal permitirmo-nos ampliar nossa consciência, indo além dos nossos limites? Mergulhar de braços abertos no mar dos nossos desejos e vontades, sonhar com a leveza com que desejamos viver, plasmar no cosmo nosso universo pessoal, dando o primeiro passo - o interno - na realização dos nossos sonhos; combatendo, de dentro para fora, a "normalidade" da vida que virou loucura…

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Do latim, unitas

Passamos agora por um momento de enormes transformações, quando devemos reaprender valores há muito esquecidos ou deixados de lado. Está mais do que na hora de aceitarmos a nós mesmos como somos, conscientes de nossos vícios e virtudes, de nossos defeitos e qualidades. Precisamos entender que somos únicos, cada um na sua jornada, cada um com seu aprendizado e suas necessidades. E é esta unicidade que precisa, mais do que nunca, ser respeitada. É nela que está a beleza da vida, dos ciclos, do vai e vem da maré do Universo. É a unicidade de cada ser que gera a multiplicidade do nosso planeta. 

Cada um deve buscar ser o melhor que puder, dentro da sua natureza, das suas condições e possibilidades. Encontrando a nós mesmos, encontramos a Deus. E encontrando a Deus, podemos enfim encontrar aos outros, e com eles crescer, produzir, reproduzir. Na teia em que vivemos, cada fio é essencial, mas deve estar inteiro. De que adiantaria um fio partido? 

Por isso, busque a si mesmo, volte-se para dentro e descubra o que fala a sua alma, o que sente, o que deseja, o que ama. Esteja em contato com a natureza, com os animais, com a vida. Observe a perfeição do Universo, e sinta a paz que flui por todo o seu ser ao ver um pássaro no ar, um peixe no mar, um cavalo galopar… Sinta o calor do sol, a umidade da chuva, o frescor do mar e dos rios, a textura da terra aos seus pés. Sinta-se flutuar com o vento que bate, sorrir com o sorriso que se abre. Sinta amor por todos os seres, vivos ou mortos. Acima de tudo, sinta amor por si mesmo. Apenas amando-se, é possível amar. Apenas aceitando-se, é possível aceitar. Apenas respeitando-se, é possível respeitar. Assuma a responsabilidade pela sua vida, pelos seus atos e palavras. E cuide de tudo aquilo que faz, diz ou pensa; é tudo energia. Transmute o negativo em positivo, inverta os pólos da sua vida, permita-se sacudir, bagunçar. É a única forma de saber o que há dentro de você. 

Conscientize-se, ilumine-se, regozija-se!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

No lugar de paredes, portais


Como já disse muito sabiamente Paulo Coelho, "escrever é um ato de valentia". É compartilhar seus sentimentos, sua angústias, seus medos e desejos. É compartilhar percepções, ideias, sonhos e frustrações. É abrir a alma àqueles que o lêem, mostrando-se por detrás dos véus que encobrem todo ser. É deixar de lado a timidez, o medo do fracasso e da vergonha, colocando-se de peito aberto diante da multidão, permitindo que te leiam tal como és. Que coragem!


Só de pensar em sentar e escrever, no intuito de publicar o resultado, me dá um frio na espinha, vem aquela insegurança cretina sobre ser capaz de fazer isso. E o sendo, sobre a utilidade de fazê-lo. Por que alguém leria aquilo que escrevo? Tem tanta gente boa por aí, por que os meus textos, minhas ideias e questões seriam interessantes a alguém? Mais além, a que almas falaria a minha alma?


É nessas horas em que me deparo com a minha pior inimiga: eu mesma. Minha crítica mordaz se aplica a mim mesma, e o feitiço vira contra o feiticeiro. Quem critica, não cria. Aí pronto, bate o bloqueio, resultado do auto boicote. Que horror! Por que alguém faria isso consigo mesmo? Freud provavelmente explica… Agimos de formas muitas vezes incompreensíveis, carentes de sentido ou razão. E é preciso voltar-se para dentro de si, buscando em que buracos residem as travas que impedem o avanço, aquelas poeiras que jogamos para debaixo dos tapetes internos, esperando não ter de lidar com elas.


Entendido que preciso abrir passagens nas muralhas que eu mesma criei para proteger meu mundo, decidi: vou criar um blog. Nele, posso publicar minhas ideias, meus escritos. Posso abrir as janelas da minha alma a quem tenha comigo a trocar. Um primeiro passo numa nova direção - e como bem vivenciei nos últimos meses, a caminhada se faz no primeiro passo dado. Decisão tomada, a procrastinação. Não sei mexer num blog. Que título dar a ele? O que escreveria, afinal? Blá, blá, blá. Mera enrolação, puro medo de começar. Na maioria das vezes, o primeiro passo é o mais difícil.


Cá estou, então. Blog criado, primeiro texto escrito. Agora, só falta publicar. E lá vou eu, botar a cara a tapa. Sem mais, mais.