segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Uma torre em minha vida


(Por Maria Pitanga)

É nos períodos de transição, tantas vezes tão duros e aparentemente crueis, que melhor podemos notar como anda a balança interna dos nossos corpos sutis, o equilíbrio das energias que nos forma, sustenta e move adiante no caminho do meio, nem muito pra lá, nem muito pra cá. É nestes períodos que se faz necessário, mais do que nunca, preenchermo-nos de nós mesmo, completando nossos vazios com energias que nos falem, nos elevem, que nos guiem ao nosso ápice. Como me foi citado recentemente, "os buracos da alma não se preenchem com nada que não seja a realização de si mesmo". E é por aí… 

Apenas a título de curiosidade, como seres multidimensionais, nos manifestamos em vários planos de realidade, possuindo portanto um conglomerado de corpos - mental, emocional, psíquico, espiritual - retratado no corpo físico. Tudo conectado. Esses corpos, se não em sintonia e equilíbrio, nos momentos de instabilidade e mudanças externas, nos levam a perder-nos dentro de nós mesmos, nos vãos entre uma coisa e outra, entre o que não é mais e o que há de ser, mas ainda não o é. 

É quando abandonamos antigos padrões, formas, ideias e preconceitos que nos vemos diante do maior dentre todos os obstáculos: como saber o que sou, se já não sou mais o que era, e nem ainda o que hei de ser? É o momento de parar, refletir, analisar. É o momento de buscar exatamente em que ponto nos encontramos no nosso próprio labirinto, a quantas andam nosso autoconhecimento, nosso auto-amor, nossa autoconfiança. É o momento de descobrir "o que nos sobra além das coisas casuais". Tomar consciência das faltas, dos vazios, dos medos e inseguranças. E preenchê-los, transmutá-los, transformá-los em aprendizado e crescimento. 

Assim, preenchendo-nos pouco a pouco de nós mesmos, a cada vez que as estruturas externas em que nos sustentamos não mais existirem, e tivermos que nos deparar com o que de fato há lá no âmago de nós mesmos, não nos restará dúvidas de que, lá no fundo, somos mantidos por um fio de prata que nos conecta, e este, apesar de muitas vezes obscurecido por um oceano de sombras, não se deixando ver assim tão fácil, está cada vez mais próximo de ser acessado… 

2 comentários:

  1. Linda reflexão, querida. Também sinto assim. Acho que o fiozinho de prata que nos conecta é também todo bordado de letras. Já dizia nosso Nietzsche querido: TEMOS A ARTE PARA QUE A VERDADE NÃO NOS DESTRUA. É muito bom te ler! Coloquei seu endereço lá no meu blog. Depois vai ver! Beijos!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sábio Nietzsche! Obrigada pelas palavras e pelo retorno, Tati! É muito bom saber que meus escritos têm falado àqueles que falam comigo... beijo beijo beijo!

      Excluir